Diretor, Ator, Roteirista,
Montador, Diretor de Arte e Fotografia
Me chamo Andy Gomes, tenho 21 anos e sou de Goianinha, interior do Rio Grande do Norte. Desde criança, o cinema faz parte da minha vida – sempre fui apaixonado por contar histórias e por tudo que a arte pode provocar dentro da gente. Desde muito novo, edito e monto vídeos por conta própria, explorando o que consigo criar com as ferramentas que tenho em mãos.
Mesmo sem cursar faculdade de cinema ou audiovisual, fui me formando na prática: com curiosidade, oficinas, estudos independentes e, principalmente, com vontade de criar. Em 2021, entrei para o teatro de Goianinha, nas aulas do professor Ita Barbosa, e foi lá que comecei a entender mais sobre atuação, direção e construção de cena. Tudo isso serviu de base para o que viria depois.
Em 2024, realizei meu primeiro curta-metragem, Por Todos os Lugares que Já Passei, com apoio da Lei Paulo Gustavo. Foi um processo coletivo, feito com artistas da própria cidade que também acreditam na força da arte. Editais como esse são fundamentais para quem vem do interior e não tem acesso fácil a equipamentos ou formação técnica. Eles movimentam a cultura local e possibilitam que vozes, por tanto tempo silenciadas, finalmente ganhem espaço.
Goianinha, como muitas cidades pequenas, ainda carece de produções audiovisuais que reflitam a pluralidade de seus moradores. As poucas narrativas que existem por aqui costumam girar em torno de figuras já esperadas, como o vaqueiro ou o trabalhador rural — personagens que também fazem parte da nossa história, mas que não representam toda a complexidade de quem vive nesses lugares. Corpos pretos, corpos LGBTQIAPN+, corpos marginalizados seguem sendo invisibilizados, tratados como exceção ou deixados de fora das narrativas.
Esse filme é pequeno, mas carrega um significado grande. É a primeira obra independente dessa dimensão em Goianinha com uma narrativa que nasce a partir desses corpos e dessas vivências — e não apenas os inclui, mas os valoriza como protagonistas, com seus afetos, suas dúvidas e suas potências. Ele representa um passo importante no caminho de mostrar que há vida, desejo, beleza e força para além do que sempre nos contaram.
Para mim, o cinema é uma tecnologia de vida — um lugar de liberdade, cura e expressão. O que me move é a vontade de contar histórias que rompem com o que já foi padronizado. Histórias que refletem o agora, que provoquem identificação, escuta, e que deixem claro que todo mundo tem o direito de se ver nas telas. E meu maior desejo é seguir criando, tocando e sendo tocado pela arte que transforma.
Descubra as músicas que dão vida à jornada do filme